quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Não me ajeito...

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"Não me ajeito com os padres,
os críticos
e os canudinhos de refresco:
não há nada que substitua
o sabor da comunicação direta."

Mário Quintana
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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Brasil com M

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Maria Madalena
Menina marcada
Moça maltratada
Mulher mutilada pelo marido
Moradora do morro
Mãe de Mateus, Marcos e Márcia
Mateus matou
Marcos morreu de mágoa
Márcia virou meretriz
Em sua maloca, pelas mãos dos militares, Madalena morreu mirando melhorias
Modernidades em meio ao mal

Marta
Milionária
Mulher mesquinha
Ministra, mero marketing
Mãe de músicos
Maltratou milhões de munícipes
Magnificada pela mídia de merda

Medimos mulheres
Mega-traficantes marcam meninas
Multinacionais malditas matam muitas
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(livremente inspirado na "Brasil com P" do GOG...)

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

SE, de Rudyard Kipling

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SE

"Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.

Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!"

Rudyard Kipling
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