sábado, 4 de outubro de 2008

O Quinto Mandamento

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O homem da gravata de seda (estressado)
Em seu carro de luxo (sem blindagem)
Aguarda o farol mudar (vermelho)
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O homem do boné vermelho (armado)
Bate no vidro do carro de luxo (sem blindagem)
Pede a carteira e o relógio (roubo)
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O homem da gravata de seda reage (burrice)
Vários disparos e sangue (guerra urbana)
Dois mortos (boné e gravata)
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Chega o anjo da justiça (brilhante)
Colhe os dois pelas mãos (divino)
“Vamos assassinos, o julgamento os espera” (espanto)
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O homem do boné vermelho (chorando)
Sabe do crime que cometeu (matou)
E se entrega sem resistir (arrependido)
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O homem da gravata de seda (indignado)
Grita ao anjo: (resistindo)
“Como posso eu - marido, pai, patrão, cristão - ser chamado assim” (de assassino)
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O anjo tranqüilo como uma manhã (de domingo)
Diz ao homem da gravata de seda: (inquieto)
“Não precisas de uma arma para tirar vidas
Lembra-te de teu dia:
Mataste tua esposa com tua indiferença
Mataste teu filho com tua desesperança
Mataste teus funcionários com tua ignorância
Mataste teus irmãos com tua ira
E com tua ganância e egoísmo matou este homem que te matou”
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E ao lembrar de seu dia, o homem da gravata de seda chorou e se deixou levar ao julgamento (redenção)
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Um comentário:

Ancorada disse...

Olá!!! Fazendo uma visitinha virtual... adorei o uso de parênteses... esse texto é roteirizado né, eu vi as cenas!

Abraço!